segunda-feira, 2 de outubro de 2023

OBEDECER NÃO É O ABECEDÁRIO DO CRISTÃO

 




[...] Mas não comas do fruto da árvore da ciência do bem e do mal; 

porque no dia em que dele comeres, morrerás indubitavelmente." Gênesis 2:17.


O desamparo é a realidade mais demonstrada pela psicanálise. Seja em Freud quando ele escreve o texto "O Futuro de Uma Ilusão (1927)" quando coloca sobre suspensão a crença. Ele consegue com muita acuidade demonstrar o homem como um animal amedrontado pela avalanche da vida. 

O desamparo também é trabalhado por Lacan em sua teoria psicanalítica, pois para Lacan o homem é o mais frágil dos animais. O bebê morre no berço. Incapaz de sobreviver sem a dádiva tão bem apresentada por Marcel Mauss em seu "Ensaio Sobre a Dádiva (1979)". É preciso a benevolência de um terceiro, um faltante ou um significante que lhe atribua sentido. 

O desamparo nos faz querer uma obediência. A narrativa bíblica fala sobre mandamentos que vieram após a desobediência, trabalho, dor e condenação. A teologia convencional não pensa o mundo para além da obediência, porque pressupõe que a obediência desprovê o homem de tamanho desamparo. A lógica monetária da troca, do dente por dente, ou obediência por benção permanece mais viva que nunca - com outras roupagens é lógico. 

A questão é que fazer uma teologia pautada em cima da obediência não é suficiente. Ser obediente não é suficiente. Quando obedecer não vale, o que fazer? Eu não lhes darei respostas fáceis nesse breve texto, terei apenas o trabalho de demonstrar através de "uma novela da vida real" como a obediência pode ser problematizada. 

Hannah Arendt é a nossa filósofa hoje que nos ajudará problematizar nossos alicerces teológicos. Ela fez questão de analisar o julgamento de um dos principais responsáveis pela deportação de judeus na Alemanha Nazista. Ao ser julgado, Arendt tem uma visão perspicaz do processo, e vê que ele não esboça nenhum sentimento de arrependimento. Ele não se arrepende. A justificativa de Eichmann é clara, estava apenas obedecendo, cumprindo minha função dentro daquela sociedade vigente. 

Você teólogo teria coragem nesse momento de afirmar algo sobre a obediência. Obedecer não é suficiente. Existe algo que vem antes da obediência. Preencher o desamparo humano com obediência é aumentar ainda mais esse limbo distanciador entre nós e o Divino. Eu repito, há algo que é a priori da obediência. 

Sempre escutei que obedecer é o abecedário do cristão. Ledo engano, a obediência pode ser questionada, a questão está em outro lugar, existem perguntas que precisam ser feitas antes da obediência, caso contrário continuaremos reproduzindo esse discurso nefasto onde o mal se passa de bom, e a maldade está banalizada de tal maneira que não percebemos realizar o mal. 

Não preciso dizer para você observarem o tipo de discurso que encontram palco em nossas igrejas. 

Responda para si: o que vem antes da obediência?

terça-feira, 26 de setembro de 2023

A ARTE DE SER IRRELEVANTE: LÍDER DO SÉCULO XXI QUE FALA?

 


"Bem aventurado os pobres de espírito..." Mt. 5.3

"Quanto mais perfeito parece por fora, mais demônio tem por dentro" S. Freud


A maestria de ser irrelevante. Tenho ouvido muitas vozes discursarem sobre liderança no século XXI, e, indubitavelmente, algumas delas se entregam à atração do legado. 

Compreendo profundamente a intrincada trama que envolve nossa busca pela imortalidade, mas hoje opto por me retirar do mundo, a fim de adentrar minha toca. 


Para transmitir algo a esta geração, é necessário, antes de tudo, compreender o quão efêmero é nossa existência e o quanto a vida prossegue independentemente de nossa influência. Eu compreendo, meu estimado leitor, que com estas palavras desafio noventa por cento dos orientadores espirituais que proclamam que "Deus necessita de sua participação para isto ou aquilo". 


Caso isso não lhe esteja claro, saiba que, em menos de um mês de convivência, todos que se aproximarem de você perceberão, em alguma medida, sua suposta "inutilidade" na existência. Como já foi dito, as pessoas conservam sua beleza até serem plenamente conhecidas. 


Pode parecer, à primeira vista, uma notícia desfavorável. Diria eu, depende! A habilidade de introspecção e o entendimento das limitações ontológicas constituem elementos essenciais do espírito desprovido de arrogância. O texto bíblico, com sabedoria, proclama a "bem-aventurança". 


O ego excessivamente inflado, a obsessão pela eternização do eu, a tentativa de beatificação de nossos nomes por meio do imperativo do sucesso, tudo isso é fruto da vaidade. Freud argumentou que, quanto mais imaculada parece ser a aparência das pessoas por fora, mais demônios habitam em seu interior. 


Você pode estar, neste momento, indignado, acreditando que estou enaltecendo a vida vivida de forma dissoluta e infortunada. Ao contrário, desejo defender uma vida que, mesmo diante do vazio, empenha-se em construir algo. O que estou afirmando é que nossa geração chegou à conclusão de que o "tudo" não é viável. 


Em tempos passados, acreditávamos que o capitalismo e o avanço tecnológico erigiriam um mundo avançado e isento de problemas. Quando o discurso do capital se enfraqueceu, surgiu o estado de bem-estar social, com a promessa de promover igualdade de oportunidades e um capitalismo mais humano. O socialismo, em nações como URSS, Cuba e China, também fez suas considerações. Além das retóricas e das rivalidades empobrecedoras, o desafio reside em reconhecer o que sabemos em nosso tempo: o "tudo" não é alcançável. Somos compelidos a fazer uma escolha. Não se trata de mera alternativa. Você não tem a verdade absoluta! Ela lhe escapará sempre! 


Na nossa geração, não há espaço para messianismos. Por vezes, surgem pretensos messias aqui e ali, mas, sob a perspectiva global, são seres exóticos. Nas igrejas, uma miríade de líderes necessita, com urgência, compreender sua insignificância. Costumam se considerar excessivamente relevantes e, invariavelmente, acabam como seres abjetos e descontextualizados. O fatalismo é o ostracismo.  


Seja um líder que questiona a si mesmo. Se for necessário, realize o funeral de sua própria persona e se auto sepulte. Somente na morte se descobre uma nova vida. 

 

 
 

 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

PULANDO SOMBRAS



"A busca pela individuação exige enfrentar e integrar as sombras
para alcançar a plenitude do ser." - Carl Jung


Hoje, ao romper da aurora, nos dirigimos a um modesto "mercadinho" nas cercanias de meu lar em busca de um fósforo, doce de leite e um sorvetinho. Nesse ínterim, ofereci minha mão à minha filha e percebi sua entusiasmada vivacidade. Enquanto caminhávamos, pude sentir inúmeros puxões em minha mão, aquela que a segurava, e logo compreendi que ela pulava. Pulava? Subitamente? Então, a resposta surgiu à sombra próxima; ela saltitava sobre sombras.

Imediatamente, pensadores como Jung, Freud e outros expoentes da psicanálise vieram à mente, suscitando o desejo de uma análise psicanalítica desse pequeno ato na vida cotidiana de uma criança.

A princípio (confesso), minha análise se voltou para uma perspectiva psicanalítica da autonomia, até mesmo uma abordagem "selvagem". Considerava que crianças pulavam sombras, enquanto adultos as atravessavam. À primeira vista, o ato de saltitar sobre sombras poderia ser interpretado como um resquício da infantilidade. Essa leitura não está totalmente equivocada, porém, é demasiadamente fria e castradora. A verdade é que muitas pessoas não conseguem lidar com as sombras de suas próprias vidas e, em vez disso, optam por evitá-las ao saltar.

Nesse primeiro grupo encontram-se nossos amigos e amigas que têm dificuldade em decidir, paralisam-se diante das responsabilidades e, frequentemente, se perdem em si mesmos. São quase como fenomenólogos que moldam suas vidas como massinhas, sem criar nada sólido, sem buscar constância, sem assumir riscos e, assim, ocultam-se nas sombras. Vivem uma vida em que evitam tantas coisas que, por vezes, chegam a evitar a própria existência.

Em um segundo momento, o foco se deslocou do ato de saltar as sombras para o processo de "como" saltar sobre elas. Tratava-se de uma brincadeira. Observe bem os termos: um é um "ato" - fechado, rígido e concluso -, enquanto o outro é um "processo" - aberto, flexível e interminável, sem o selo da morte. Ela pulava as sombras como uma forma de brincadeira. Era um jogo que ela concebera em sua mente, um desafio pessoal, onde a lógica dos passos definidos dos adultos não vigorava. Às vezes, ela me puxava após aterrisar de seu pulo.

Foi nesse momento que uma breve intuição se fez presente; não se trata de atravessar ou pular as sombras, pois elas estarão lá, tanto para aqueles que tentam pular quanto para aqueles que tentam atravessá-las. A questão reside no "modo" como isso é feito. O cerne da questão é o caminho percorrido. A jornada da vida precisa ser encarada com alegria, incorporando jogos que nós mesmos criamos. Desafiar-se é um desafio grandioso. Em certas ocasiões, inverter a lógica do mundo contemporâneo em prol da beleza da brincadeira é possível. Nem sempre é viável, mas com um pouquinho de sensibilidade e um olhar mais genuíno, podemos brincar enquanto saltamos sobre sombras.


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DML

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

O QUE SE ENCONTRA QUANDO SE PERDE

 



"... a gente aprende a perder" - Ana Suy

A arte de perder-se para poder se encontrar. Quantas objeções de nossas partes são feitas para um não encontro consigo? No fundo, sempre buscamos nessas pieguices da relação entre eu e o outro - a família talvez seja o lugar onde isso mais acontece, é quase como uma máscara que camufla nossa realidade interior, aliás a sociedade no geral tem como especialidade reprimir individualidades. 

Pasmem, nem aquilo que penso do outro é a realidade do que ele é, nem muitas vezes o que penso de mim. Fazer um encontro com seus monstros, dizer "olá" para suas mentiras, partir para um banquete com os seus sentimentos e desejos mais nefastos - até o ambiente da terapia sofre resistências, imagina o nosso dia a dia. Se não queremos abrir a casa para os monstros que a governam - Freud disse não somos senhores em nossa própria casa - imagina então encontrar um poucos dos senhores que habitam a casa dos outros. 

Quem nunca ouviu falar sobre o tão famoso Complexo de Édipo conceito elaborado por Freud diante da mitologia grega, onde Édipo foi alguém furado pelo destino, condicionado ao aniquilamento do seu pai e ao casamento com a mãe. Na relação entre três aconteceu conflito e tragédia. Matar os pais, que blasfêmia. Desculpe-me eles terão de morrer. O conto bíblico fala isso, antes eu conhecia de ouvir falar "conhecia a realidade dos meus pais", mas agora conheço de te ver "elaborei minha própria experiência. A impressão que tenho é que todas as vezes que você sepultar um pai, você sentirá um sentimento de culpa inicialmente. Porém, será também convidado ao crescimento existencial, o convite do oráculo dizendo "conhece-te a ti mesmo". 

Melaine Klein tem uma frase muito interessante, ela diz que toda vez que provar do fruto do conhecimento você será expulso de algum paraíso. Quem viveu as últimas eleições dentro da igreja evangélica sabe a idiossincrasia existente no movimento cooptando e impondo seu candidato, sua ideologia ou seus "princípios". Não se pode esperar muita coisa além de sandice na atual conjuntura. Se você ousou pensar, elaborar sua teologia, sua filosofia, sua mentalidade, está expulso - expulso não, porque seria exigir muita maturidade desse pessoal, é algo sorrateiro, nas entrelinhas, fica no silêncio. 

O Complexo de Édipo não é valido na atualidade porque projeta o ideal de uma família nuclear, Freud era um homem machista de seu tempo - deixemos cada machismo para seu tempo, não temos gurus aqui, ele ainda assim foi genial - a ideia que permanece é a da falta, da perda e da alteridade. Esses pilares são fundamentais para a formação do ser humano. Compreende ser diferente a partir do outro, entende que no fim das contas as perdas são necessárias e reconhece a falta do amor indivisível que desejamos desde quando escorremos pelo canal da vida. 

Perder os pais, os gurus, os pastores, os professores, etc. causa medo, alguns não tem a coragem de provar a vida fora do aprisco, por isso, ficam zangados com a festividade depois da liberdade usada e abusada pelo outro. Já conheceu pessoas que não se pensam fora da casa dos pais, fora de um relacionamento, fora da relação com a igreja, e assim por diante, no fundo o que temos medo de perder é perder-se ao perder o outro. Sim, muita gente se perde quando perde o outro. 

Não há possibilidade de se encontrar, sem a atitude corajosa de se perceber perdido. Ana Suy diz "Por isso será de grande valor que a criança vá, aos poucos, suportando perder sua mãe, porque é assim que a gente descobre que, quando o outro vai, a gente fica com a gente. É a essa noção de solidão que me refiro neste livro, não a solidão do abandono do outro e muito menos a solidão do abandono de si mesmo, mas muito especialmente a solidão de estar com a gente mesmo". 


© 2023
DML

sábado, 2 de abril de 2022

CONVEXIDADE EXISTENCIAL

 


                                                               
  "Todos os homens tem medo" - Jean Paul Sartre - eu acrescentaria... "medo de si"


Oi. Sei que tem muita gente boa falando sobre tudo por aqui, mas venho educadamente lhe pedir um pouco de atenção para falar sobre pensamentos que me assaltaram nessa madrugada.

As responsabilidades da vida adulta me tiraram ao menos cinquenta por cento da capacidade de produção intelectual. Sei que para a grande maioria das pessoas o que realmente importa são coisas palpáveis. Com isso quero antecipadamente declarar que não espero sua compreensão, mas pensar é tudo pra mim.

Eu nunca me conformei com uma fé que não tenha a premissa da dúvida, nem na ciência e muito menos na espiritualidade. O conhecimento acontece mais na repetição dos questionamentos do que propriamente nas proposições cientificas soltas em seu mundo paralelo – não gosto desses arrotos da academia definindo e se apropriando de tudo.

Pensar é libertador. Se afundar em um pensamento e perceber que existe mais do que aquilo que os olhos da consciência podem ver. Mergulhar camadas adentro da terra da alma e sentir que quanto mais profundo e perto desse magma existencial, mais quente vai ficando. Encontrar seu limite, saber que esforço algum poderá lhe fazer pensar dali em diante. Só lhe restam resíduos que como um vulcão que através do choque entra em erupção. É pouco, mas é tudo o que temos.

A desventura de ser humano é o grande privilégio de permanecer, mesmo que seja sem chão, sem respostas ou sem explicações empíricas. Muitas vezes tudo o que temos é a falta. O vazio é um amigo presente. A dor é a visita indesejada.

Sofro, me escorro, penso morrer, mesmo quando quero muito viver, algo me esfola. Sou abatido, mesmo tentando permanecer em pé. Eu choro copiosamente sem saber o fim e nem o começo. Dizem por aí que o tempo evoca experiência, talvez o seu principal resultado seja a incerteza (quem dera os estudantes de história tivessem ao menos pensado nessa premissa por algum instante).

Caos criativo. Choque de cores, contrastes e desfoques inconscientes. Dizendo os não-ditos. Sonhando os não-vividos. Cultuando passados. Sendo empalado pelo novo. Se a vida pudesse ser impressa, com movimentos repetidos provocados por uma lógica, teríamos permanência, segurança, quem sabe saberíamos o significado de “o amanhã”. Mas, permanecemos dormindo, porque dormir é bom, aliás sonhar é divinamente humano ou humanamente divino, tanto faz. A verdade é que permanecemos dormindo, por vezes acordados pela falta de fé e empatia do outro que desconhece nosso sossego na tempestade.

Quem dorme é feliz. Contra lógica do sistema. Contra a auto-exploração desgraçada que a “sociedade do cansaço” já firmou. Contra a salvação pelo dinheiro.

Eu sei, você já pode ver uma potencia que nasce no meio do peito, flamejante como pragas, vírus ou incêndios. A peste do pensamento chegou. Droga! Impossível permanecer. O sol vai raiar, a vida vai transfigurar-se novamente. É estranho, eu sei. E por isso, posso afirmar, tudo vai passar.


Deniel Mateus Ladeira

© 2022

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

A CRUZ DE CRISTO


 

“E junto, à cruz de Jesus estava sua mãe” - Jo 19.25 

Eu gosto dessa pequena perícope, porque aponta para o fato que Maria permaneceu até o fim.  Precisamos ter pessoas que permanecerão aos pés da cruz quando enfrentarmos os fins da vida.  


É verdade que muita coisa parece estar perdida ali, pois o jovem Galileu que outrora fora aclamado com “hosana, hosana” agora, só lhe resta apenas um grupo de quatro mulheres e seu best friend. Que fim decepcionante, não poderia ser mais desolador.  


O profeta prevendo o momento no gólgota brada do passado, e sua voz ecoa na cena que estamos vendo agora, diante dos nossos olhos, “não havia beleza alguma”. 

 

Por que ela permanece símbolo da fé cristã, a cruz? A cruz não é a maior representação dos homens e dos seus sistemas religiosos crucificando o próprio Cristo? Alguma coisa aconteceu entre a constatação profética e o decorrer da história.  


O que aconteceu? Nasceram flores. A cruz após Jesus é o jardim do mundo. O umbigo. A eternidade converge ao coração da cruz. Ela é sentido histórico e razão existencial. O que havia nesse evento histórico-existencial? Havia amor. Um filho preocupado com sua mãe. Uma mãe que não abandonou seu filho. Um Deus que ama seus filhos, e filhos que serão a posteriori alcançados pelo próprio Deus.  


Há também a camaradagem, a intimidade de um discípulo que certamente rouba a cena, pois permanece. Tudo o que rodeia a cruz permanece. Não passa. E tudo o que permanece rouba a cena. Quem dirá no mundo do im-permanente. Quem dirá nessa liquefação toda.  


Sei que o tempo tem sido difícil. Mas, permaneça! O setembro amarelo está passando, mas meu desejo é que as primaveras e os jardins coloridos possam surgir mesmo diante da cruz. Olhem para baixo, ainda lhe restam famílias e amigos? Sim? Que lindo, portanto, pode erguer a cabeça e dizer “eu me rendo Deus”.  


Não desista da vida. Não desista dos seus. Não desacredite do amor. Seja como Cristo e salve o mundo, criando beleza nos lugares das tragédias. Nós somos aqueles que no caminho, na Missio Dei mudam a história com amor que vai ganhando corpo e bombeando sangue. 

 

“Vai soprar o vento amor;  

Já passou da porta;  

E, despetalou as flores dessa solidão.  

 Vai tocar o teu coração;  

Te pintar o rosto; 

 Vai reflorescer, o teu pensamento, bom...” (Marcos Almeida) 


Deniel Mateus Ladeira

© 2021